Eu queria uma janela, mas não uma simples janela, ela teria de ser amarela clara e com um pequeno jardim de frutas, que me levasse para vários mundos, serenos e floridos, com correntezas fortes ou águas calmas.
Mundos onde a brisa toca no rosto leve como um carinho do vento e doce como o frescor da hortelã, que me levasse onde eu pudesse pisar descalça na grama sem pedras e nem espinhos.
Queria pessoas com unhas verdes e roupas largas e coloridas, voando em dragões lilás, alaranjados, vermelhos e cintilantes ao luar e a luz do sol.
Muitas nuvens soltas, livres!
Mas para abrir essa janela eu teria um lápis mágico que só funcionaria se eu precisasse da janela, só quando minha mente e meu espírito necessitassem estar só, em meio ao silêncio.
Coragem não me faltaria de saltar por ela, talvez me faltaria a simplicidade e um coração doce como chocolate e cheiroso como a goiaba é em dias de outono.
Árvores de plumas verdes e pássaros com escamas aconchegados em seus ninhos dentro de maçãs... Assim seria perfeito.